A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Educação (Smed), reestabeleceu, desde a última segunda-feira (27), as aulas presenciais nas 412 escolas de educação infantil e do ensino fundamental da rede pública municipal, que abriga 151 mil estudantes e oito mil professores. Desde maio, a rede municipal de ensino funcionava com base no modelo híbrido, que combina ensino presencial com ensino à distância.
Em uma das unidades, o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Clarice de Almeida Ferreira, no Calabar, a diretora Kelly Gentil assegurou a eficácia das medidas contra a pandemia adotadas na escola e frisou que há cinco meses nenhum estudante, professor ou funcionário da unidade de ensino testou positivo para Covid-19.
“Contamos com 250 alunos, de dois a seis anos neste prédio, que foi adaptado para a pandemia, com ar-condicionado com filtro de ar, dispenser de álcool gel na altura da criança e distanciamento entre os lavatórios. As crianças usam máscara o maior tempo possível e só frequentam as aulas se não apresentarem nenhum sintoma de gripe”, explicou.
Segurança sanitária – Rosângela de Castro, professora do mesmo Cmei para a turma do Grupo 4, no qual fazem parte crianças de quatro e cinco anos, ressaltou que sua percepção sobre o recomeço das aulas presenciais é a melhor possível, devido à estrutura da escola e ao fato de as crianças terem mais facilidade de se adaptarem a uma situação nova do que os adultos.
Recepcionista de uma clínica odontológica, Liliane Almeida, 39 anos, é mãe de Maria Luíza, 5 anos, estudante do Grupo 5 da unidade escolar. Ela defende que as aulas presenciais devem voltar porque as crianças precisam ter contato umas com as outras para que se desenvolvam bem, a exemplo de sua filha, que se queixava da falta de convívio com os colegas e de ficar o tempo todo dentro de casa.
Liliane avalia que a escola tem feito o dever de casa quanto às medidas sanitárias e reconhece que pode trabalhar com mais tranquilidade, sabendo que Maria Luíza está bem cuidada no ambiente escolar.
Caillou Souza, seis anos, colega de Maria Luíza no Grupo 5 do mesmo Cmei, admitiu, que estava com saudade do ambiente. “Eu gosto da escola, de estudar, desenhar, escrever, conversar e brincar com meu melhor amigo, Levi. Lá em casa tava muito chato. Agora, melhorou”, exclamou.
Medida – O titular da Smed, Marcelo Oliveira, comentou a necessidade da nova medida. “É com grande expectativa que apelo às famílias para levarem as crianças à escola. A privação da professora e dos colegas é muito prejudicial. Ainda não é obrigatório, mas o nosso ambiente escolar é muito seguro. As crianças estão sempre com máscara, temos medição de temperatura, lavatório, álcool gel e distanciamento validado pelos ministérios da Saúde e da Educação”, argumentou o secretário.
Foto: Otávio dos Santos/Secom