A Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), vinculada à Secretaria de Manutenção (Seman), já produziu mais de 5 mil peças em fibra de vidro nos últimos anos. Estas peças são brinquedos infantis, partes de monumentos históricos e até mesmo dinossauros para o parque homônimo, inaugurado este ano pela Prefeitura, no Stiep, além de formas que servem para a produção de diversos elementos em concreto que são usados em praças e vias públicas da cidade.
O processo de criação dos dinossauros, que se tornou o trabalho de maior destaque do setor, envolveu pesquisa, desenho e elaboração de moldes em argila até chegar no modelo final. Atualmente a equipe está produzindo mais um animal que será levado para o local: um mosassauro.
No local já há um exemplar desta espécie, mas a ideia é que este mosassauro seja posicionado com outros menores, que ainda serão fabricados, para dar o efeito de bando. O exemplar está na fase final de produção, possui seis metros de extensão e deverá ser exposto em outubro próximo.
De acordo com o coordenador do setor de fibra da Desal, Jorge Alves, o trabalho como os dinossauros abriu caminho para desenvolver outros projetos, até mesmo em parceria com as demais secretarias e órgãos municipais. “É um material que sofre pouca ação do tempo, pois ela tem uma resistência mecânica muito boa e isso permite uma vida longa das peças. Este é apenas um dos pontos positivos de se usar. Ele tem um custo médio de compra, mas a longo prazo se torna vantajoso. As peças vandalizadas nas praças, por exemplo, nós trazemos para a Desal, recuperamos com baixo custo e devolvemos aos espaços públicos”, detalhou.
Trabalho minucioso – A fibra de vidro, elemento em estado líquido, permite que os profissionais do setor deem forma a uma infinidade de elementos. As demandas relacionadas à fibra demandam o empenho de diversos setores da companhia. Para a confecção dos dinossauros que estão disponíveis para apreciação no parque, por exemplo, trabalharam aproximadamente 20 profissionais. Cada peça requer um tempo diferente para ser confeccionada, já que o fator varia de acordo a dimensão da peça e com os detalhes, que normalmente são esculpidos artesanalmente.
Antônia Conceição integra a equipe de artistas plásticos que atua na produção dos itens em fibra de vidro. Ela afirma que tornar realidade as peças que são inseridas no cotidiano dos soteropolitanos torna o trabalho muito gratificante. “É uma arte colaborativa e exige dedicação e união. Aqui é meu mundo. Eu me entrego e levo isso para cada peça que trabalho. Quando vejo as pessoas admirando algum item que produzimos na rua, sinto uma satisfação enorme”, contou.
Artista plástica e restauradora, Paulla Bomfim também atua no setor de fibra e destaca como as peças produzidas pela Desal impactam os cidadãos. “É importante para a cidade não apenas culturalmente, mas também porque estes espaços ajudam na convivência, aproximam as pessoas. A arte na rua torna a cultura mais acessível, restaura lugares abandonados, desperta as pessoas para que se desenvolvam na arte”, pontuou.
Projetos – O setor está desenvolvendo projetos que ainda serão apresentados aos soteropolitanos, sempre com foco em praças e espaços públicos, a exemplo de novos brinquedos que serão incorporados aos Dog Parks. Para o presidente da Desal, Virgílio Daltro, o trabalho com a fibra vai permitir que Salvador se torne ainda mais atrativa para os cidadãos.
“Não ficamos somente nos dinossauros. Temos peças fabricadas em fibra em praças de toda a cidade. Cavalinhos, bonecos, escorregadeiras e tantos outros elementos que dão vida à cidade. Em breve teremos ainda mais novidades”, finalizou.