Nesta quarta-feira (25) é celebrado o Dia do Feirante. Em Salvador, são quase 1 mil trabalhadores licenciados pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que atuam diariamente em 19 espaços em busca do próprio sustento e, claro, mantendo o legado de uma das profissões mais essenciais para a população.
São histórias de luta e orgulho como a de Luzineide Silva, de 48 anos, que se emociona ao falar sobre a trajetória de vida no ramo – ela atua no Núcleo de Abastecimento (Nacs) de Itapuã. “Meu pai era feirante e eu e meus irmãos fomos criados nesse ambiente. Somos uma família de homens e mulheres trabalhadores e honestos. Hoje minha filha tem 22 anos, não trabalha aqui, mas foi através do meu suor de feirante que ela se formou e se tornou a mulher que é hoje. Foi meu primeiro trabalho e, nesses 30 anos, aqui eu trato todo mundo com respeito e recebo o mesmo tratamento. Não tenho o que reclamar, é o que eu sei fazer”.
Há quatro anos exercendo a atividade no Nacs Itapuã, Jocileide Freire, 34 anos, destaca a luta do trabalho, mas não esconde o orgulho que tem da profissão. “Para trabalhar na feira é preciso ser guerreiro. Tem que ter força para madrugar diariamente e vim para a batalha. Mas, a verdade é que eu gosto dessa luta, é daqui que eu e minha família levamos o pão de cada dia para nosso lar. Fora meus dois funcionários, que também vivem do que é vendido na barraca. Meu marido é filho de feirante e é isso que gostamos de fazer. A profissão tem passado de geração para geração”.
A titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Marise Chastinet, destaca a atividade como fundamental para muitas famílias soteropolitanas. “Neste dia especial para esses profissionais, ressaltamos a importância deles para a economia local e o papel essencial que historicamente desempenham. Os feirantes da nossa cidade realizam o papel vital a favor do consumidor, que busca por alimentos frescos e preços melhores”, avalia.
Gestão – As feiras administradas pela gestão municipal estão localizadas nos bairros de Boa Viagem, Bonfim, Castelo Branco, Cosme de Farias, Fazenda Coutos, Fazenda Grande do Retiro, IAPI, Imbuí, Liberdade, Largo do Tanque, Lobato, Mussurunga, Nordeste de Amaralinas, Parque da Cidade, Tancredo Neves, Vale das Pedrinhas, Stella Mares e Valéria. As feiras móveis funcionam das 6h às 13h, enquanto as fixas têm funcionamento das 6h às 17h.
O coordenador de Feiras e Mercados da Semop, Paulo Cristiano Ferreira, destaca que a pasta tem procurado dar o melhor tratamento aos feirantes, incluindo infraestrutura adequada dos espaços e, neste período de enfrentamento à Covid-19, a adoção de protocolos de segurança sanitária.
“As barracas são fontes de serviço e trabalho. Por isso, a atuação da Semop é para garantir a dignidade e os direitos dos feirantes, disponibilizando o melhor para eles e, claro, buscando melhoria para os consumidores”, afirma.
Cadastro – A Semop possui um cadastro de reserva que é preenchido de acordo com a desistência dos profissionais atuais. Para licença nas feiras regulares é necessário o preenchimento da solicitação, através do formulário de Requerimento de Feirante, retirado na Coordenadoria de Feiras e Mercados (CFM), na Avenida Cardeal Avelar Brandão Vilela, 2562.
O solicitante também deve entregar uma foto 3×4, cópias do RG, CPF, comprovante de residência, atestado de Saúde Ocupacional (ASO) e certidão negativa de débitos, emitida pela Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz).
Foto: Jefferson Peixoto/Secom