O que antes era um lugar onde a comunidade descartava o lixo se transformou num caminho de buquê de noiva, também chamado de jasmim do caribe – planta de crescimento rápido, que prefere o sol pleno, mas também aceita a meia-sombra. O trajeto até a portaria do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) José Maria de Magalhães Neto, em Pituaçu, agora é florido e perfumado, graças à parceria de uma moradora e a unidade de Educação Infantil.
O trabalho de conscientizar os moradores do entorno de que a rua da escola vizinha ao Parque Metropolitano de Pituaçu não era o lugar apropriado para jogar lixo foi demorado. Mas com muita persistência e boa vontade deu tudo certo. A administração do Parque doou a compostagem, a ativista e antiga moradora do bairro, Vera Martins, se encarregou de doar as mudas de plantas e a equipe escolar doou os pneus e recolheu paletes descartados por um supermercado.
Toda a comunidade escolar se empenhou na missão de florir o entorno da escola. O porteiro Paulo Anderson transformou os paletes em plaquinhas que foram pintadas com frases em defesa do meio ambiente. As pequenas Giovanna Ávila e Annalu Oliveira, alunas do Cmei, foram muito criativas e, além de dar dicas do que escrever, sugeriram também que todas as placas fossem decoradas com folhas e florzinhas.
“Abraçar as causas ecológicas de Pituaçu é uma ação de amor e compromisso. Fazemos parte da Rede Afetiva, que reúne parceiros, educadores, artistas, ativistas, moradores e comerciantes. Temos essa unidade de ação em prol da causa que nos move: a educação ambiental”, conta a gestora Ana Cláudia Oliveira Neves.
Iniciativa – Conforme a professora do Grupo IV, Flávia Rocha, a ideia de fazer um jardim no entorno da escola estimula as crianças e as pessoas que moram no entorno a criarem a consciência de cuidar das áreas públicas, do parque. “É importante cultivar os hábitos de amar, cuidar, preservar, respeitar, zelar pelo meio ambiente. A ação trabalhou essa consciência, bem como buscou promover a sensação de pertencimento”.
Flávia complementa: “As crianças gostam de olhar o parque pelo portão, com isso intensificamos as atividades de observação. Somos cercados pela natureza e, apesar do muro da escola, temos muitas árvores para eles observarem a natureza viva”, explica a professora.
Segundo a ativista Vera Martins, o movimento de florir não deve se limitar ao entorno da escola ou do parque. “Esse movimento deve tomar as ruas. Aqui é a rua da creche e deve ser zelada para que as crianças passem por um caminho de flores para que elas sejam diferentes, conscientes de que o planeta precisa de uma geração com essa mentalidade. Viemos aqui para isso, para cuidar do planeta”.
Foto: André Carvalho/Smed e arquivo da escola