A Guarda Civil Municipal (GCM) comemorou, na manhã desta terça-feira (3), o Dia do Capoeirista, que é celebrado nesta data. Na ocasião, a Coordenadoria de Prevenção à Violência (Cprev) do órgão promoveu uma roda de capoeira com a presença de jovens que participam de um projeto social na sede, localizada na Avenida San Martin.
“O Dia da Capoeira é muito importante e na Guarda, especialmente, ela entra como uma atividade de inclusão social com as comunidades próximas à base. A gente tem um projeto que recebe as crianças, dá aulas e acolhimento. Isso porque temos, no viés da GCM, a aproximação com a população. Aqui a gente ensina a lutar, tocar o pandeiro e o berimbau, fazendo uma atividade física que é benéfica, uma coisa lúdica”, reforçou o diretor-geral de Segurança e Prevenção à Violência (Susprev), Maurício Lima.
Para o coordenador do Cprev, James Azevedo, trazer a comunidade para dentro da base faz com que eles conheçam o trabalho além das ruas. “A gente trabalha com essa inclusão trazendo os meninos que frequentam a Escola Municipal 15 de Outubro, para que tenham um olhar diferente e possam interagir socialmente fora do ambiente da criminalidade. Nós também passamos aos jovens noções de cidadania, racismo, LGBTfobia, violência contra a mulher, proteção do idoso e como crescer socialmente, para que eles entendam também o papel deles como cidadãos.
O professor Thales Cardoso faz parte do projeto há cinco anos, mas tem a capoeira na sua vida desde 1994, quando iniciou no esporte aos 13 anos. Conhecido como o contramestre Thales Touro, ele acredita que a capoeira tem na vida das crianças a mesma importância que tem na dele. “Eu vim de um projeto social e hoje a minha formação profissional, acadêmica, eu devo tudo ao mestre que me ensinou capoeira e hoje reproduzo esse trabalho, acreditando neles”.
O jovem Erick Santana frequenta as aulas na base da GCM desde 2019, quando tinha 15 anos. Prestes a completar 17, ele corrobora a opinião do professor, e diz que a capoeira é fundamental na vida dele. “Eu conheci o projeto através de um amigo que hoje não está mais entre nós, e continuei porque sei que é o que ele queria. Então, dei preferência à capoeira, porque também tira os jovens das ruas. Não me vejo fora daqui”.
Aos 13 anos, Ayana Bacelar também é moradora da comunidade e considera a capoeira parte dela. Ela participa há três anos das aulas e considera que a capoeira traz alegria e paz para o dia a dia. “Se eu estiver em casa triste, eu venho para a capoeira, o professor treina a gente, ensina a cultura da capoeira, já faz parte da minha vida. Tenho orgulho do nosso professor e de estar aqui aprendendo outra cultura”.
As aulas acontecem três vezes na semana, às segundas, quartas e sextas-feiras. Para participar, é preciso ser aluno da Escola Municipal 15 de Outubro ou morador das comunidades adjacentes, a exemplo do Calafate.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom