Câmara afrouxa lei contra maus gestores
A Câmara aprovou a toque de caixa e por ampla maioria (408 a 64) o projeto que altera a Lei de Improbidade Administrativa, tornando mais difícil a punição a maus administradores públicos. Uma das principais mudanças no texto, que segue para o Senado, é a exigência de que fique provada a intenção do administrador em lesar os cofres públicos. Prejuízos causados por negligência ou incompetência passam a ser impunes. A pressa na votação foi obra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tirou o projeto da comissão que o analisava e o levou direto ao Plenário. Lira foi condenado em primeira instância em dois processos por improbidade na Justiça de Alagoas.
Presidenciáveis
Presidentes de cinco partidos da centro-esquerda à centro-direita se reuniram em Brasília para iniciar a discussão de uma candidatura única às eleições do ano que vem. Organizado pelo ex-ministro da Saúde — e ele mesmo presidenciável — Luiz Henrique Mandetta, o encontro reuniu PSDB, Cidadania, PV, Podemos e DEM. De concreto, porém, apenas a decisão de não apoiar nem o presidente Jair Bolsonaro, nem o ex-presidente Lula.
Panelinha no Meio.
Tem gente que se acha o rei da cocada preta. Com esta receita de cocada de forno dá para ser pelo menos duque. Mas lembre-se, o coco tem de ser fresco, de preferência ralado fino, para os outros ingredientes absorverem seu sabor. Quem usa coco seco continua plebeu.
Huck vai para o domingão e Centro esvazia mais um pouco
O apresentador Luciano Huck está fora da disputa pelo Planalto no ano que vem. A revelação, antecipada pelo jornalista Daniel Castro, foi feita durante o programa Conversa com Bial. Na entrevista a Pedro Bial, Huck confirmou que vai renovar o contrato com a TV Globo e assumir o posto de Fausto Silva como “rei dos domingos” na emissora. Pesquisas eleitorais recentes mostraram o apresentador com poucas chances de passar do primeiro turno, mas vencendo o presidente Jair Bolsonaro numa segunda rodada.
Apito Surdo
Falando em sucessão presidencial, o PSDB impôs uma derrota ao governador paulista João Doria ao aprovar um modelo de prévias que dá mais peso aos votos de caciques do partido. O governador queria um modelo de “cada filiado, um voto”, mas o modelo aprovado dividiu o universo de votantes em quatro grupos, com os filiados, que são maioria, com direito a apenas 25% dos votos.
Mesmo com a derrota, Doria confirmou que vai disputar as prévias, marcadas para 21 de novembro. Os outros potenciais candidatos são o senador Tasso Jereissati (CE), o governador Eduardo Leite (RS) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
Bola nas Costas
O vice-presidente Hamilton Mourão não escondeu o descontentamento ao ser deixado de fora de mais uma reunião de Bolsonaro com ministros para traçar estratégias do governo. “Sinto falta. A gente fica sem saber o que está acontecendo”, disse. “É importante que a gente saiba o que está acontecendo, né? Paciência, né?”
Salles 2.0
O novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Leite, é cria de Ricardo Salles. São amigos de longa data, e ele será o representante de um grupo para a continuidade de sua política com madeireiros dentro da pasta – setor que foi amplamente consultado nos últimos dias sobre o nome.
Ciência no respirador
A ciência brasileira está na UTI e vai sucumbir se não tiver os recursos integrais do FNDCT, o principal fundo de fomento científico, que poderia injetar mais de R$ 7 bilhões em pesquisa e inovação ainda neste ano. A opinião é do coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, o economista Carlos Gadelha. Ele detalha hoje (23) o diagnóstico no 1º Encontro Norte das Fundações de Apoio, do CONFIES.
Janot x corrupção
A entrada do ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot no Podemos surge da sintonia dele com o combate à corrupção, uma das bandeiras do partido. Janot diz que vai apresentar ao senador Álvaro Dias (Pode-PR), presidente da legenda, três projetos sobre o tema. Janot diz que não tem nenhum projeto eleitoral por ora.
Doses sob suspeita
O enrolado com a Justiça deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), pivô do tititi ontem sobre suspeita de compra irregular da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde, não contou a história toda ainda. A bomba jogada por ele no noticiário, de que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre esquema na pasta, saiu dois dias após o retorno dos Estados Unidos de seu irmão, Luís Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Departamento de Logística do Ministério. Segundo consta no D.O.da União, em pesquisa pela reportagem, ele ficou em Miami por seis dias, em missão oficial, para acompanhar tratativas de doação e possível negociação de vacinas do laboratório Janssen Cilag. Luis Ricardo pode ter muito a contar para a CPI da Pandemia. Falta o convite.