Nesta semana em que é celebrado o Dia dos Namorados, no próximo sábado (12), o clima ideal é de um relacionamento que envolve paixão, carinho e respeito. No entanto, para uma parcela da população, o que deveria ser apenas amor e companheirismo se transforma em um grande pesadelo e vitima, principalmente, o público feminino. Em Salvador, para acolher e prestar atendimento gratuito a mulheres soteropolitanas que sofrem algum tipo de violência, a Prefeitura tem mantido o funcionamento normal dos três centros de atendimento à mulher vinculados ao órgão.
As estruturas são administradas pela Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ). Em uma delas, na Casa de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce, os atendimentos continuam sendo realizados durante 24h. O espaço está preparado para receber até 30 mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, acompanhadas ou não de filhos com idades até 12 anos, para acolhimento institucional. As mulheres chegam à unidade, principalmente, por meio de encaminhamento feito por uma rede de proteção, que inclui a delegacia especial e demais equipamentos municipais.
O foco da unidade é o acolhimento temporário, orientação, encaminhamento jurídico e atendimento psicossocial à população feminina, por meio de uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e advogados. Além dos cuidados, o público atendido na unidade passa por capacitação profissional e atividades diversas que, no momento, seguem os protocolos de funcionamento para evitar a disseminação do coronavírus.
No Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), situado nos Barris, e no Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream), em Cajazeiras, o atendimento está ocorrendo de maneira presencial, mediante agendamento através dos telefones (71) 3235-4268 e (71) 3611-5305. Além disso, qualquer cidadão pode fazer denúncias através da Central de Atendimento à Mulher, pelo número telefônico 180.
“O primeiro passo que temos buscado muito para mudar esse cenário de violência é o fortalecimento das informações sobre a rede de assistência à mulher. A mulher precisa saber que pode contar com uma delegacia especializada, com três equipamentos de atendimento no município e que existe todo um fluxo em rede para oferecer vias alternativas que possam tirá-la da situação de violência”, afirma a titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo.
Atendimentos – De janeiro de 2019 a maio deste ano, o Centro de Referência Loreta Valadares realizou 6.263 atendimentos jurídicos, sociais e psicológicos, além de referenciamentos. O Camsid computou 2.074 atendimentos, referenciamentos e acolhimentos. Já o Cream, inaugurado em dezembro de 2020, já registrou 119 atendimentos, referenciamentos e acompanhamentos.
Números – O número de feminicídios aumentou em 18,8% na Bahia, no primeiro semestre de 2020, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, houve um aumento de 3,8% dos acionamentos feitos às polícias militares em casos de violência doméstica, tendo sido registrados 147,4 mil chamados no mesmo período.
No entanto, o anuário mostra que houve uma subnotificação dos casos, tendo em vista a dificuldade de registro por parte das mulheres em situação de violência doméstica, neste período de pandemia e de distanciamento social. Os números apontam uma redução de 9,9% dos registros feitos em delegacias.
Foto: Bruno Concha/Secom