Pesquisa realizada pela revista Exame em parceria com o Instituto Ideia aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria a eleição presidencial de 2022 em todos os cenários possíveis. Além disso, os dados revelam que o petista reduziu sua rejeição junto ao eleitorado. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 19 e 20 de maio, e as entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares.
A pesquisa simulou disputas de segundo turno, e no embate entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Lula, o ex-presidente venceria por 45% ante os 37% do capitão reformado. Brancos e nulos, bem como os que não sabem, somariam 9%. Em simulações nas quais a dupla disputa com os chamados candidatos de “terceira via”, tanto Lula quanto Bolsonaro sempre despontam como vencedores.
Já nos cenários com três candidatos, Lula ganha com maior vantagem (37%) nas simulações em que disputa com, além de Bolsonaro, o ex-juiz Sergio Moro e o humorista Danilo Gentili. Nestes cenários, Bolsonaro tem 32% e 31%, respectivamente. Moro soma 18% e o ex-CQC 8%. No primeiro cenário, 8% não souberam opinar e 6% escolheriam anular ou votar branco. Na segunda hipótese, os que não sabem são 17% e os brancos e nulos representam 6%.
Quando disputa contra Bolsonaro em simulações com o apresentador Luciano Huck, o senador Tasso Jereissati (PSDB) e o empresário João Amoêdo (Novo), o petista lidera com 36%. Nestas formatações, o presidente aparece com 32% em dois cenários e 30% quando Amoêdo entra na equação. Os que não souberam opnar representaram 12% nos cenários com Huck e o tucano, e 18% no cenário do qual o partido Novo participa. Nesta simulação, brancos e nulos somam 7% e 5% nas outras duas hipóteses.
Já contra o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); o ex-deputado Ciro Gomes (PDT); e os governadores do Rio Grande do Sul e São Paulo, Eduardo Leite (PSDB) e João Doria (PSDB), Lula aparece na dianteira com 35%. Bolsonaro por sua vez, surge em segundo com 31%, 33%, 32% e 30%, respectivamente. Os que não sabem, em ordem, representam 13%, 14%, 15% e 17%. Os brancos e nulos, representam, 6% nos dois primeiros cenários, 4% no terceiro e 8% no último.
“Nas simulações de primeiro turno, a gente colocou um candidato único de terceira via, não apresentou aquele cenário com vários candidatos. Isso mostrou que alguns são mais competitivos que outros, principalmente aqueles com viés de centro-direita. Isso deixa clara a situação de que um candidato que quiser ocupar esse espaço tem de ter uma configuração mais conservadora do que progressista”, explica diz Maurício Moura, fundador do instituto IDEIA.
Moura destaca que, comparado com o levantamento anterior, o petista avançou em todos os cenários. “Ele está abrindo uma vantagem, tanto nas simulações de primeiro turno quanto de segundo turno em relação a Bolsonaro”, avalia. Em relação ao quesito rejeição, quando questionados sobre em quem não votaria de jeito nenhum para presidente, 39% dos participantes responderam Bolsonaro e outros 36% citaram Lula.
O ranking neste sentido segue com Doria (25%), Moro (21%), Huck (20%), Gentili (20%), Gomes (18%), Jereissati (14%), Leite (13%), Mandetta (11%) e Amoêdo (6%). Os que não rejeitam ninguém representam 4% dos participantes e os que rejeitam todos 1%. Os que não souberam responder somam 13%.
Espontânea
Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos presidenciáveis Lula lidera com 19%, seguido por Bolsonaro (17%); Gomes (4%); Moro (2%); Doria (2%); Huck (1%); Amoêdo (0,5%); Mandetta (0,5%); Leite (0,3%); e Jereissati (0,3%). Os que não sabem somam 46% e os votos brancos ou nulos somam 7%.
O levantamento mensurou também que o grupo de pessoas que não sabem em quem votar no primeiro turno na sondagem espontânea é formada por 60% que avalia o atual governo com regular; 57% que ganham mais de cinco salários-mínimos; 52% de membros da classe A e B; e 51% dos que moram na Região Sudeste.
Para 50% dos participantes da pesquisa, Lula não merece voltar a comandar o País. Outros 39% avaliam que o petista merece um novo mandato. Já 11% não souberam opinar. Indagados sobre se Bolsonaro merece ser reeleito, 53% respondeu que não, ao passo que 37% acreditam que sim. Outros 10% não souberam responder.