O trabalho do policial civil é naturalmente desgastante, e o efeito disso para a saúde mental pode ser perigoso. Por isso, a Academia da Polícia Civil da Bahia (Acadepol) realizou, nesta terça (27), em Feira de Santana, a palestra ‘Desconstruindo mitos e preconceitos sobre adoecimento psíquico’, na qual destacou os cuidados que podem ser tomados pelo servidor e quais as alternativas que a Instituição oferece para ajudar em situações de crise psicológica.
A palestra faz parte do Acadepol T&D, projeto de capacitação e treinamento de servidores que acontece até esta quinta (29), com servidores da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira de Santana). O debate foi conduzido pelo diretor do Departamento Médico da Polícia Civil (Demep), Gessé de Souza, e pela pedagoga, psicanalista e psicopedagoga clínica Quelle Mendes. Antes, a investigadora Eva Bulcão realizou instrução sobre atendimento a grupos vulnerabilizados – a exemplo de vítimas de racismo, população LGBTQIA+ e pessoas com deficiência.
O diretor-adjunto da Acadepol, Marcelo Sansão, afirmou que a capacitação retrata o interesse da Instituição na saúde de seus servidores. Ele salientou ainda que o cuidado do policial civil com o seu psicológico repercute positivamente na forma com a qual lida com o público.
“A nossa preocupação é buscar o aperfeiçoamento no atendimento preliminar e que as pessoas se sintam acolhidas. E também que a gente consiga estar de uma forma psiquicamente adequada, até porque a nossa profissão traz uma série de consequências que, caso não bem trabalhadas e tratadas, podem ocasionar gatilhos para doenças psíquicas. Então, essa absorção de conhecimento funciona como prevenção e forma de facilitar a busca por auxílio e tratamento, até porque são situações que podem ser simples e podemos evitar que se agravem”, declarou o delegado.
Feira de Santana é apenas o primeiro destino do Acadepol T&D, que vai capacitar e atualizar servidores sobre temas ligados à atividade policial e ao atendimento ao público. Sansão explicou que a atual gestão da Instituição tem buscado levar a transmissão de conhecimento mais intensamente ao interior, a fim de abarcar todo o estado com as diretrizes mais atuais de polícia judiciária.
“A sociedade vive um momento nesta pandemia que causa uma série de situações: ficar preso, dentro de casa, a perda de entes queridos, amigos, colegas… Tudo isso interfere de uma forma muito direta no nosso bem estar psíquico. E lidar com estas situações é muito importante para que a gente atenda cada vez melhor, consiga os resultados e dê as respostas que a sociedade espera”, finalizou o diretor-adjunto da Acadepol.
Ascom-PC/Felipe Paranhos