No dia 22 de abril de 2020, o Hospital Espanhol reabria as portas com a missão de receber exclusivamente pacientes de Covid-19, que começavam a se multiplicar pela Bahia e pelo mundo. Um ano depois, nesta quinta-feira (22), com a presença do secretário da Saúde, Fábio Vilas Boas, uma discreta solenidade, sem aglomeração, celebrou milhares de vidas salvas na unidade. O Hospital Espanhol está operando atualmente com 240 leitos e uma média móvel de 80% de ocupação, um dos maiores índices já registrados até o momento, desde o início da pandemia, e que vem se mantendo nos dois últimos meses. Até esta data, a unidade já registrou 4.013 internações, 2.474 altas. Infelizmente, foram registrados também 1.084 óbitos.
O secretario Fabio Vilas Boas afirmou que “a reabertura do Hospital Espanhol foi uma conquista do Governador Rui Costa, que obteve a cessão para a pandemia, pela justiça do trabalho”. O secretário destaca a importância da reabertura do Espanhol no começo da pandemia. “Ele absorveu toda a primeira onda e, quando nós ampliamos de 80 leitos de UTI para 160, ele ajudou a absorver a segunda onda. Hoje é um dos principais hospitais, tanto de leitos de UTI quanto clínicos e de assistência respiratória, de todo o estado da Bahia, junto com o Metropolitano e o Couto Maia”.
O diretor-geral do Hospital Espanhol, Romulo Curi, ressaltou a competência e a dedicação da equipe. “Nós temos hoje em torno de 1200 colaboradores, dos diversos formatos. Não podíamos deixar de registrar esse marco de um ano de dedicação, a maioria de casos de vitórias, mas também algumas perdas. É um ano de uma dedicação sem igual, sem precedente, de um estresse físico e mental que nós, da área de saúde, nunca experimentamos antes. Então a gente precisava agradecer a toda essa doação da equipe, à parceria do Governo do Estado, e a gente espera que dias melhores cheguem em breve”.
Rômulo Curi disse que o Hospital Espanhol sempre apresentou uma taxa elevada de ocupação. “Mesmo nos momentos de queda, em torno de 70%. Hoje, nós temos 87% de ocupação do hospital. Não está em 100% por uma questão de giro de leitos. Especificamente nas últimas duas semanas, a gente percebeu uma melhora no quadro, refletindo os esforços feitos recentemente”.
A economista Roquelina Uzeda, 54 anos, venceu a Covid-19 após ser internada no Hospital Espanhol. “Foi muito difícil, muito doloroso. Eu passei sete dias entubada, 11 na UTI. A recuperação é lenta, até hoje estou em processo de recuperação, mas o Hospital Espanhol foi muito competente, carinhoso e acolhedor. Desde o primeiro momento que eu cheguei aqui, muito nervosa e com medo, o maqueiro me recebeu com palavras de carinho e de afeto”. Ela agradece a toda a equipe e ao tratamento recebido. “Técnicos, enfermeiros, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, música, vídeo chamada, que tem uma importância imensa, todos acolhem a gente com amor. Todos se tornaram meus amigos e familiares”.
Repórter: Raul Rodrigues