Mesmo autorizados a reabrir as portas, teatros e casas de espetáculos ainda irão levar um tempo para retomar as atividades de modo presencial. Isso porque a fase ainda é de adaptação aos protocolos de prevenção à vida estabelecidos pela Prefeitura. Alguns espaços iniciam, seguem ou intensificam programações virtuais até que a retomada se dê com toda segurança possível.
O Teatro Castro Alves (TCA), maior complexo cultural do Norte-Nordeste, situado no Campo Grande, dá seu primeiro passo na retomada do uso de seus palcos com a reativação da Sala do Coro. Lá, diversos artistas farão shows exclusivos por meio de transmissão ao vivo no canal do Youtube do TCA, com estreia programada para o próximo dia 25. A ação acontecerá semanalmente, todas as sextas-feiras, sempre às 20h, até o mês de dezembro.
Já as estruturas administradas pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), a exemplo do Teatro Gregório de Mattos, do Espaço Cultural da Barroquinha e dos espaços do Boca de Brasa, também se preparam para voltar a receber o público. Até que isso ocorra, a fundação continuará promovendo agendas virtuais, como Diálogos #ConexãoFGM, Palco Aberto, Cineclube e Boca de Brasa Apresenta.
“Estamos fazendo a aquisição de equipamentos como termômetros, tapetes sanitizantes, dispensadores de álcool em gel e todo o material de limpeza e higienização para conseguir cumprir os protocolos estabelecidos para a reabertura. Tudo para garantir as condições de segurança tanto para as equipes dos espaços, para as produções e artistas, quanto para o público”, explica o gerente de Equipamentos Culturais da FGM, Chicco Assis.
O gestor acredita que, diante da nova normalidade imposta pela pandemia do coronavírus, mesmo com a possibilidade de retorno presencial, muitos teatros e casas de espetáculos não vão abrir mão em continuar realizando atividades com transmissão on-line.
“Assim como tivemos de levar um tempo para nos reestruturamos ao ambiente virtual, com adequação dos nossos espaços para apresentações de lives e programas, o retorno ao presencial requer uma série de cuidados e atenções. Essa retomada será gradativa por questões de adequação, inclusive da própria classe artística. Então, a tendência mesmo será mesclar atividades presenciais e virtuais”, acrescenta Chicco.
Expectativas – Localizado no bairro do Rio Vermelho, o teatro Sesi é outra estrutura que está se adaptando para reabrir as portas. A estimativa é que o local esteja disponível para receber o público em meados do outubro, mas sem uma programação fixa. Instalado em um casarão construído na segunda metade do século XIX, o teatro deve contar inicialmente com o retorno da Varanda, tradicional espaço de apresentações musicais.
“Não há dificuldades em atender grande parte dos protocolos de reabertura. Só estamos viabilizando a questão do distanciamento do palco com a plateia, cujo limite mínimo de distanciamento deve ser de 5 metros. Nosso espaço é pequeno, mas criaremos métodos para possibilitar que as apresentações ocorram sem comprometer a experiência do público nem limite a capacidade de interpretação do artista”, destaca o coordenador do teatro Sesi, Thiago Lopes de Alencar.
Ele revela que há dois meses o espaço passou a transmitir lives e que em breve será lançada uma plataforma que permita uma experiência mais personalizada com o público. “Tínhamos uma programação que estava definida até o mês de julho, mas que foi afetada com a suspensão das atividades. A ideia é retomar espetáculos que tínhamos em pauta, mas isso vai depender do interesse e capacidade das produções. Voltaremos de maneira segura, trazendo novas possibilidades. Vamos manter muito do que foi conquistado durante o isolamento”, afirma.
Outros teatros como o Isba, em Ondina, e o Módulo, na Pituba, também projetam medidas para o retorno das atividades presenciais. No caso do Módulo, o espaço deverá ampliar o projeto Palco Virtual no próximo mês, recebendo artistas para transmissão ao vivo de espetáculos e apresentações musicais.
Por:SECOM