O Ceará precisava vencer seu primeiro jogo no Brasileiro. Para isso, nada melhor do que encontrar um gentil freguês. Recém-derrotado pelo Vovô na final da Copa do Nordeste, o Bahia falhou feio na tentativa de revanche, neste domingo, 23, no Castelão: 2 a 0 , e os cearenses saíram da lanterna da Série A. O Tricolor, que se vencesse pularia para terceiro, acabou em oitavo.
Cléber, que afundou o Esquadrão na final regional, voltou a marcar. Mateus Gonçalves fez o outro gol. Agora, a equipe de Roger Machado terá, pela primeira vez desde a retomada do futebol, uma semana inteira aberta para trabalhar. O Bahia só volta a campo no próximo sábado, 29, em Pituaçu, às 19h. O adversário será o Palmeiras.
Apetite inicial
O Tricolor mostrou apetite logo que a bola começou a rolar. Tanto que, na primeira investida ao ataque, já ameaçou a meta defendida por Fernando Prass. Élber tabelou com Ronaldo e chutou para a intervenção tranquila do veterano.
E, mesmo fora de casa, a equipe continuou exercendo domínio. Com maior posse de bola, ocupava o campo ofensivo. Aos quatro minutos, Rodriguinho recebeu na esquerda e chutou cruzado, mas ninguém apareceu para completar.
Tudo parecia bem, mas uma velha falha voltou a aparecer, aos 11 minutos, para mudar o cenário da partida. Assim como nos dois gols anteriores sofridos no Brasileiro, o Bahia tornou a sofrer com a bola parada. Vina cobrou escanteio, Gabriel Lacerda ajeitou de cabeça e o grandalhão Cléber, que estava sendo marcado, inexplicavelmente, por Rodriguinho, testou para as redes. Carrasco na final da Copa do Nordeste, o gigante de 1,95 m marcou seu terceiro gol em três jogos contra o Tricolor.
Após o baque, o Esquadrão não foi mais o mesmo. Até seguiu mais com a bola, mas sem conseguir avançar para as proximidades do gol do Vovô, bem armado defensivamente pelo especialista Guto Ferreira. A registrar, apenas a arrancada e o bom passe de Gregore, aos 15 minutos, que terminou com a isolada de Rodriguinho, e, aos 27, a tentativa desajeitada de bicicleta de Rossi. Fernando Prass pegou facilmente.
No segundo tempo, era preciso resgatar o espírito dos primeiros minutos de duelo para buscar a virada. E, para qualificar o passe no meio-campo, Roger Machado lançou mão do armador Daniel no lugar do volante Gregore, que tinha levado cartão amarelo.
Mesmo timidamente, o Bahia voltou a tomar conta da partida, com paciência no toque de bola e tentativas perigosas em finalizações da entrada da área. Aos 10 minutos, Zeca errou o alvo por pouco. Aos 13, Rodriguinho teve sua bomba muito bem defendida por Prass. Um minuto depois, Élber cobrou escanteio, mas Ernando, sem marcação, não teve a mesma competência de Cléber. Testou por cima.
Depois desse momento de empolgação, porém, o ânimo do Esquadrão arrefeceu um pouco, e o veterano Rafael Sóbis chegou duas vezes perto do gol, aos 18 em chute de fora e aos 20 em cabeçada.
O último suspiro do Esquadrão veio aos 23 minutos, com dois jogadores que haviam acabado de entrar. Clayson cobrou escanteio e a testada de Fernandão só não terminou na rede porque houve desvio providencial na zaga.
Sete minutos depois, saiu o gol que fechou o caixão tricolor. Fernando Sobral deu um lindo lançamento para Mateus Gonçalves, que driblou Anderson e tocou para a meta vazia.
O Bahia ainda tentou uma reação com as entradas dos animados Saldanha e Alesson, mas faltou pontaria a ambos. Deu Vovô de novo.