Destino turístico recomendado por veículos de comunicação de todo o mundo, a exemplo do jornal norte-americano “The New York Times”, Salvador amarga também no setor prejuízos incalculáveis em função dos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia. Com o fechamento dos atrativos e o adiamento de eventos, o segmento precisava do apoio da Prefeitura, que lançou hoje (04) um conjunto de ações, com investimentos previstos de R$20 milhões, para ajudar a recuperar o trade.
O anúncio foi feito pelo prefeito ACM Neto, em coletiva realizada no Hub Salvador, no Comércio, onde começa a funcionar nesta quarta (05) o Centro de Recuperação do Turismo (CTR), que integra as iniciativas para o setor. O vice-prefeito Bruno Reis e o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pablo Barrozo, além de representantes do trade turístico e entidades de apoio e financiamento também estiveram presentes.
As ações, coordenados pela Secult, integram o quarto pilar do plano de recuperação da economia da cidade, chamado de “Estímulo ao turismo”. Já foram apresentados também os eixos “Melhoria do ambiente de negócios”, Obras de infraestrutura e investimentos” e “Soluções urbanas”. Os demais, com lançamento em breve, são “Apoio a pequenos empreendedores”, “Fortalecimento da economia criativa e de inovação” e “Medidas tributárias e fiscais”. São, no total do plano, 101 ações e investimentos de R$7 bilhões.
Adaptação – “Enquanto ainda não tivermos uma vacina contra o coronavírus, o foco da atração turística na cidade precisa estar adequado a essa nova realidade da pandemia. Num primeiro momento, o turismo nacional deve ser o alvo, voltado para famílias, que ofereça alternativas ao ar livre, interação com a natureza, com a história e a cultura, o que nossa cidade tem de sobra. A Prefeitura vai apoiar o setor nessa nova realidade e já articula parcerias para, quando tivermos uma situação de normalização, possamos estimular a atração de visitantes internacionais e retomar patamares perdidos”, disse o prefeito ACM Neto.
Um dos estímulos é o próprio CRT, local que vai funcionar de segunda a sexta, das 9h às 16h, oferecendo ao trade serviços públicos de diversos órgãos municipais, a exemplo das secretarias da Fazenda (Sefaz) e de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), além de consultoria técnica e financeira para viabilizar parcerias com bancos públicos e privados, Sebrae e Senac. E mais: os profissionais do setor contarão ainda com um espaço de co-working, onde poderão agendar turnos com duração de até cinco horas para execução do trabalho.
“Quando vimos que era impossível prever quanto tempo duraria a pandemia, não ficamos de braços cruzados. E uma das ideias da Secult foi justamente a de criar esse centro. Em conjunto com as outras iniciativas desse plano para recuperar o turismo, vamos buscar reforçar Salvador no imaginário das pessoas, como já fizemos em algumas campanhas promocionais que lançamos usando principalmente a internet e as redes sociais, a exemplo da #visitedepois, que aconteceu logo no começo da crise sanitária”, lembrou ACM Neto.
Outras iniciativas – O prefeito anunciou ainda a criação de uma Agência Municipal de Fomento para Negócios no Turismo, que terá como um dos objetivos a transformação digital de negócios através do desenvolvimento de plataformas tecnológicas, parcerias com entes públicos e captação de patrocínios.
Outra ação é a articulação para a retomada dos voos nacionais e internacionais ACM Neto revelou, por exemplo, que já tem conversado com companhias aéreas para atrair voos durante e após a pandemia. Haverá a formação de um comitê para captação com a participação da Vinci Airports, operadora do aeroporto da capital baiana, e da GL Events, responsável pela gestão do Centro de Convenções.
Para ajudar a “vender” o destino Salvador e manter a cidade no imaginário das pessoas, o portal oficial promoção turística da cidade (salvadordabahia. com) contará com um marketplace, onde agências de turismo poderão oferecer seus produtos e serviços através de lojas virtuais. Essas agências também terão suporte a cursos gratuitos de inclusão e marketing digital em parceria com o Sebrae e Senac.
Tem mais: por meio da Secult, a comunicação digital do destino Salvador será reforçada; mais de sete mil profissionais da cadeia do turismo serão capacitados, incluindo trabalhadores informais; haverá uma pesquisa de demanda ouvindo 1600 pessoas nos principais mercados nacionais emissores de turistas para a capital baiana, para identificar intenções de viagens durante a pandemia; e a criação do Programa de Certificação Sanitária e de Saúde para estabelecimentos turístico, que vai permitir ainda a concessão do selo Safe Travels, reconhecido mundialmente.
As ações não param por aí. A Prefeitura vai investir na realização de campanhas voltadas sobretudo para a internet e redes sociais, inclusive divulgando os protocolos de segurança adotados pela cidade durante a pandemia e visando também estimular que os soteropolitanos “redescubram” a cidade, bem como quem vive no interior.
Outra ações serão a busca pelo selo internacional da Bandeira Azul para as praias de Stella Maris, Ipitanga e Flamengo, que passarão por requalificação – a certificação já foi dada e renovada em Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, na Ilha dos Frades -, e o projeto de adaptação do setor turístico às mudanças climáticas.
Balanço – Durante a coletiva, ACM Neto apresentou um balanço de ações já executadas em prol do turismo durante a pandemia, antes do lançamento do plano de recuperação. Ele informou que a campanha #visitedepois, por exemplo, viralizou nas redes, alcançando um público global de 2,7 milhões de pessoas.
Já a campanha “Salvador pede em casa”, incentivando o delivery na cidade e beneficiando bares e restaurantes, atingiu um milhão de pessoas. Houve ainda a ação “Uma saudade chamada Salvador”, outra que viralizou na internet, mantendo a capital baiana no imaginário das pessoas, com mais de 9,3 milhões de impactos gerados.
“Foram ações fundamentais e que serão intensificadas. Nesse verão que está chegando, a tendência é que não tenhamos grandes eventos, como o Festival da Virada, lavagens ou mesmo Carnaval. Claro que essas decisões ainda não estão tomadas, mas é provável que esses eventos não aconteçam ou sejam adiados. Então, temos que trabalhar sob essa nova perspectiva, articulando também as medidas necessárias para garantirmos a plena retomada e recuperando a cadeia produtiva do setor”, concluiu ACM Neto.